Até o fim desse artigo, você vai entender a diferença entre plugins construtores de página (em inglês, page builders), add-ons e suítes de bloco. Com essas ferramentas, você poderá decidir qual é a melhor ferramenta para criar seu site WordPress sem programar (de preferência, de graça).
Page builders
Os page builders são a categoria mais famosa de plugins do WordPress. Eles transformam o sistema de publicação em algo parecido com o Wix ou outros serviços construtores de página, nos quais você arrasta e solta blocos de conteúdo. Enquanto você cria, você já vê os resultados – o que, em inglês, é chamado de “what you see is what you get”. O impacto dos page builders para o crescimento do WordPress foi tão grande que revolucionou a própria maneira como o sistema funciona. O editor clássico, uma caixa na qual se escrevia texto, adicionava mídia e shortcodes, foi substituído pelo Gutenberg. Mas a usabilidade do Guto ainda não é tão boa quanto os construtores de página, e por enquanto só é fácil visualizar como a página vai ficar em temas como o 2020 (do próprio WordPress) que são feitos para ele.
Parece uma escolha óbvia continuar com os page builders enquanto o Gutenberg é aperfeiçoado, mas minha recomendação do que usar para criar seu site varia de acordo com a sua categoria dentro do público-alvo do WordPress sem Código: empreendedores, blogueiros e designers. Para dar minha opinião, primeiro preciso explicar o que mais você pode usar na sua página.
Add-ons
Começando pelos add-ons. Essa palavra era usada para uma categoria de plugins que complementa os page builders, porque as versões gratuitas são bem básicas e não incluem muitos blocos. Existem add-ons para os page builders mais famosos: Elementor, SiteOrigin, Beaver Builder, até o novato Brizy. Mas também fazem add-ons para o Gutenberg, e a maioria ainda é gratuita (aprendi com o Ralden Souza na entrevista que saiu na semana passada). Esses add-ons são chamados suítes de blocos, ou coleções de blocos, e você pesquisa por eles no repositório do WordPress da mesma forma que você pesquisa por plugins. A diferença é que eles não ficam como um plugin, na barra lateral ou superior do site, com uma tela de configurações. Eles aparecem quando você quer adicionar um bloco novo, numa categoria própria com o nome da coleção. Ainda estou começando a trabalhar com suítes de blocos, mas repito a lista que criei a partir da conversa com Ralden e da palestra de Mel Choyce no WordCamp Europa 2020:
- Atomic Blocks (de atomicblocks)
- Advanced Gutenberg Blocks (de maximebj)
- Gutenberg Blocks – Ultimate Addons for Gutenberg (de Brainstorm Force)
- Kioken Blocks (de Kioken Themes)
- Coblocks (de GoDaddy)
- Full site editing (de Automattic)*
Clique nos nomes para conferir a lista de blocos oferecidos por cada um. Outra forma de você deixar o Gutenberg mais funcional, que também conheci através dessa palestra, é com plugins de diagramação. Eles criam seções com fileiras e colunas de quadradinhos. Você seleciona em quais quadradinhos quer adicionar um elemento, e pode fazer sobreposição de elementos. Mel usou Grids (de Evolve) e Layout Grid (de Automattic).
Gutenberg e padrões
O próprio core do WordPress vai competir com essas suítes, com o que chamaram de Padrões. São combinações prontas de blocos do Gutenberg. Já falei deles no artigo sobre as novidades do Gutenberg, mas não mencionei (porque ainda não sabia) que eles já estão disponíveis no plugin Gutenberg.
Sim, há um plugin que funciona como a versão beta do editor do core: tudo que muda no Gutenberg quando sai a atualização do WordPress é testado antes no plugin. Você pode adicionar o plugin ao seu site gratuitamente, pelo próprio repositório do WordPress e fazer parte do grupo que testa as novidades. Fiz isso e descobri que os nomes das categorias mudaram, de “blocos comuns”, “formatação” e “elementos de layout” para “texto”, “mídia” e “design”. Bem melhor, na minha opinião.
O que considerar na escolha
Mas voltando à questão desse artigo: qual você deveria usar – page builder ou Gutenberg? Deve usar add-ons? Há dois fatores neles que você deve levar em consideração: custo e peso. Começando pelo custo: as versões gratuitas dos page builders são bem básicas – tanto que há add-ons para complementá-las. Levando em conta que plugins (tanto os page builders quanto os add-ons) são pagos em dólar, eu só vejo retorno financeiro na licença desses plugins para quem quer ganhar a vida criando sites.
O que é gasto em dinheiro é recuperado em tempo (afinal, ambos acabam sendo a mesma coisa). Quanto mais a pessoa se especializar em uma ferramenta específica, mais rápido ela fará sites – e eles ficarão cada vez mais complexos, ou seja, ela pode cobrar mais. Para quem quer criar um site só (seja para o próprio negócio, ou para um blog), recomendo a solução gratuita de combinar Gutenberg com suítes de blocos.
A segunda questão, peso, é relacionada à velocidade das páginas. Ainda há controvérsia de quanto os page builders deixam as páginas mais pesadas – e consequentemente, mais lentas para carregar. Não tem jeito: o fator principal de velocidade de sites é o servidor (tanto a nível de hardware quanto de software). Quanto melhor for o computador em que o site estiver, e o DNS (sistema de nome de domínio), mais rápido ele vai carregar.
Infelizmente, servidores melhores custam mais, e quem está começando um negócio vai priorizar o melhor preço. Se essa for a sua situação, você pode tentar compensar essa perda com boas práticas, instalando plugins de otimização (e de otimização de imagens) e criando as páginas mais leves que conseguir. Isso significa usar a ferramenta que veio com o WordPress, Gutenberg. Se você viu a entrevista com Ralden, já sabe que ele observou uma grande diferença nas avaliações de velocidade mobile (para celulares) entre páginas feitas com page builders e com blocos.
Conclusão
Resumindo: a escolha vai depender das suas prioridades (como tudo na vida). Quem é especialista em Elementor, como o William Schons, a Micaela Soares (Descomplicando Sites) e o Willian Ricardo (três pessoas com conteúdo valioso sobre esse page builder), também vai se aperfeiçoando na otimização desse tipo de sites. Se você quiser começar uma carreira na criação de sites, pode investir dinheiro e tempo em uma ferramenta para estudá-la a fundo e criar sites de alto nível – tanto na aparência quanto na velocidade e segurança. Já para quem está afim de criar o próprio site, acredito que o Gutenberg e seus complementos gratuitos sejam a melhor opção.
O que você vai escolher? Deixe nos comentários! Qualquer que seja a sua opção, estou torcendo pelo seu sucesso. Quando você chegar aonde quer, só não esquece de dizer que começou a aprender aqui, no WordPress sem Código. Você também pode acompanhar o WordPress sem Código pelo Instagram, Facebook e LinkedIn, mas principalmente pelo YouTube. Esse artigo está lá, em forma de vídeo.
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